ANÁLISE PREDITIVA: SERÁ QUE OS DADOS PODEM PREVER O FUTURO?

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Imagine se, como em De Volta Para o Futuro (1985), pudéssemos voltar no tempo e alterar eventos importantes? No filme, Marty McFly quase compromete sua própria existência ao influenciar o passado de seus pais. Mas e se, ao invés de viajar no tempo, pudéssemos prever o futuro com precisão? E se os dados que temos hoje pudessem ser nossa “máquina do tempo”? Será que a análise preditiva pode nos antecipar ao que está por vir? Vamos explorar essa fascinante ideia e entender como a ciência de dados pode moldar o nosso amanhã!

A análise preditiva é uma técnica que utiliza dados para encontrar padrões e prever tendências. Isso é possível através da utilização de mineração de dados, algoritmos de machine learning e inteligência artificial para realizar previsões sobre comportamentos, eventos e resultados futuros, coletando insights valiosos e auxiliando na tomada de decisões. Como a ficção científica idealizou há décadas atrás, a Análise Preditiva funciona como uma espécie de “máquina do tempo”, onde conseguimos moldar o futuro no presente de acordo com nossos objetivos.

            Os dados se tornaram o ativo mais valioso do mundo e são o grande propulsor da quarta revolução industrial, também conhecida como “Economia 4.0”. Essa revolução tende a ser mais impactante do que as suas predecessoras justamente pela velocidade em que ocorre. Hoje, uma empresa que não consegue converter seus dados em ações está perdendo espaço no mercado – e dinheiro também. O cliente se sente cada vez mais no centro do negócio, seduzido constantemente por ofertas que se enquadram em seus gostos particulares, que são registrados através de dados coletados em experiências de comportamento de consumo. Saber explorar isso é um diferencial para a empresa em um mercado cada vez mais competitivo.

            De acordo com um relatório elaborado pela Allied Market Research, o mercado de análise preditiva foi avaliado em US$10,2 bilhões em 2023 e tem uma projeção de atingir US$63,3 bilhões até 2032, com uma taxa de crescimento anual de 22,4% no período entre 2024 a 2032. Alguns setores lideram a utilização da ferramenta, como finanças, varejo, indústria e saúde. Estudos da McKinsey estimam que empresas que utilizam análise preditiva e big data podem experimentar um aumento de sua produtividade e rentabilidade em até 6% em relação aos concorrentes que não utilizam.

            Um exemplo de utilização da análise preditiva é no marketing. Philip Kotler atribui a análise preditiva como um dos pilares do seu conceito de “Marketing 5.0”, onde é possível prever resultados de campanhas de marketing antes mesmo de seu lançamento. Isso aumenta as chances de aceitação do produto e potencial conversão em venda, elevando o marketing a um patamar nunca antes visto. Conhecido como “marketing preditivo”, essa análise transforma o relacionamento com os clientes, passando a ser mais refinado e eliminando prováveis surpresas durante o caminho até a conversão de uma venda. A chance do sucesso é maior pois os dados analisados são do próprio cliente, portanto o seu perfil já está previamente traçado. Isso inclui, também, os canais pelo qual a campanha será transmitida e como ela pode impactar o público alvo.

Representação das etapas do marketing preditivo. (Reprodução/Autor)

            É importante lembrar de uma frase bastante famosa: “dados passados não são garantia de resultados futuros”. A utopia que se cria na análise preditiva de que podemos moldar um futuro perfeito pode ser uma grande armadilha. A coleta de dados se torna útil quando há um tratamento de acordo com o objetivo traçado. No entanto, qualquer interpretação equivocada de uma informação pode trazer um resultado inesperado e causar uma frustração. Por isso é importante ter cautela e planejar corretamente seus objetivos.

Assim como no filme “De Volta Para o Futuro”, a análise preditiva traz algumas lições importantes. Uma vez que se dispõe de uma poderosa ferramenta para tomada de decisões (dados), é preciso ter cautela na escolha das ações do presente para que o futuro seja projetado com maior exatidão. Pequenas interpretações equivocadas de informações podem fazer com que o resultado esperado seja diferente do desejado. Não seja como Marty e não comprometa a existência do seu negócio com base em decisões ruins. Vamos deixar para “brincar de futuro” na ficção científica.

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Matheus Rodrigues

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